PASSAGEIRO(A)

Ela subiu naquele ônibus e me fez enxergar uma coisa perfeita em meio a tantas lorotas contadas, uma princesa. Ela subiu com um jeito tão especial que mexia o seu cabelo de um jeito anormal. Naquele exato momento falei: “O senhor que pessoa charmosa, dá atriz de cinema a modelo elegante, nenhuma se compara a essa pessoa maravilhosa”. Com um olhar charmoso me fisgou a atenção, com seu jeito sem efeito algum descobri que existem fadas no mundo. Ela subiu e me encarou, desceu e me mandou uma piscada. Foi nesse momento que pensei em descer do ônibus e falar com ela. No meu pensar estava dito e não teria volta. Neste exato momento ela sorriu e o seu cabelo balançou, as suas mãos trêmulas ficaram, o jeito, o manejar dos seus braços eram como a batida de uma escola de samba, ela estava agitada. Na verdade ela estava tão tímida que o seu falar esvaiu de uma hora pra outra, mas o seu sorriso se engrandeceu em seu rosto. O maravilhoso rosto, o qual queria a minha boca, o qual era magnífico e belo que já havia visto. Ela assentiu como eu queria, de um jeito louco que o manejar de minhas mãos tocaram o seu braço sem querer. Como um pedido ousado pedi para se aproximar, ela me deixou e começamos a conversar, com uma boa prosa poética acabamos se conhecendo, bem até de mais, pedi os sete números e ela timidamente escreveu em um papel, o qual guardo como recordação e comemoro com emoção, pois a moça do sorriso largo entrou de um jeito mágico naquilo que dizem ser o dono de emoções e sensações. Mas infelizmente eu fiquei chateado por não consegui dizer “obrigado” e ficar chateado com tantas decepções. O tempo passou e ela disse que precisaria ir embora, se despediu como toda moça educada e falou que estava na sua hora. Na verdade ela pareceu a cinderela, saiu apressada e esqueceu uma coisa comigo, mas essa coisa eu não poderia devolver, pois estava dentro de mim e eu gostei bastante de ter. Ela subiu e me conquistou, ela desceu e me atraiu, ela me conheceu e sorriu, ela sorriu e ficou tímida, ela me viu e gostou, ela me fez ter sensações belas, daquelas que nem sempre podemos ter. Como tudo na vida é passageiro, esse conto eu fui o passageiro e a moça foi a minha parada. Eu desci e procurei encontrar o quê mais desejava, observei nela o bom motivo para dizer que tudo pode acontecer, mas eu só queria ter dito: “Eu não queria te machucar".